Fica Sabe, quando entreguei o alimento para aquela família... Que família!... Pai, mãe, três filhos. Um fogão quebrado: apenas uma boca atrás e uma na frente funcionando. Gás? Hummm!... Deitado, para aproveitar até o finalzinho. – Menino remelento, já num falei pra lavá a cara quando acordá?! – Ei?! Ei?! Acorda pra í pru culégio! – I essa minina qui ainda num colocô os pé em casa? Toco a campainha. Eu e mais três amigos, todos com uma sacola de mercado na mão, cada qual com uns 8 quilos de alimentos variados e, na mochila, uns brinquedos para a garotada. Seu João abre a porta de madeira – escutei o ranger da tramela e a batidinha de ombro, macete para abri-la. E lá vem o velho João: faltando três dentes, despenteado, rugas de um passado presente na conquista do dia a dia... pão a pão... sol a sol. Porta aberta. Olhares curiosos. Rádio tocando. Ao nos ver, sorriso de quem sentiu a salvação chegar. O resto nem precisa contar. Presentes, alimentos, roupas, sorrisos. Mas durarão somente di
Espaço para trocas de ideias, ideais e poesias.