Segundo uma pesquisa médica começamos a perceber o mundo a nossa volta apartir dos 2 meses de gestação, onde já sentimos ou adquirimos gosto pela música e tudo a nossa volta. Em experiência foi pedido a determinado número de gestantes que ouvissem músicas clássicas ao perceber seu “filho” um pouco agitado e para surpresa de todos, a criança se acalmava. Sendo assim, penso que a leitura do mundo vem desde cedo conforme os ouvidos, olhos, faro, tato e visão de nossa mãe.
Sábado passado, dia 13 de março de 2010, o canal futura apresentou uma reportagem onde voluntários navegavam Amazônia a dentro e em seus caícos, barcos e lanchas levavam material de apoio para capacitar e atualizar os professores que davam aula dentro dos próprios barcos, em cabanas improvisadas, em uma sala de uma das casas dos alunos e que interessante... usavam o que tinham a sua volta, tudo muito simples, posso afirmar que dentro de poucos anos, uma dessas criança poderá parafrasear Paulo Freire e quem sabe dizer: ‘O caíco foi meu quadro negro a espinha de peixe meu giz’.
O educador desenvolve seu papel político pedagógico. Quando tem uma consciência ampliada sobre sua real importância na vida daquele individuo, pode transforma-los em multiplicadores de opinião, repetidores de discurso ou questionadores da realidade. Cabe aqui uma pausa para reflexão, que profissional estou me tornando? Como tenho ampliando meus conhecimentos? Tenho lido jornais, internet, revistas, jornais de outros estados? Como tenho aumentado minha bagagem cultural? Mas, principalmente, como tenho praticado todo este saber?
Temos ouvido falar que somos aquilo que pensamos ser. Mas se já não estiver na veia a gana pelo ensinar, a fome do aprender e a birra de persistir, seremos levados por mentes que julgam-se superiores e formadoras de opinião. Acredito que os boatos foram criados pelo diabo para fazer exatamente no mais puro latin ou grego sua real função: dividir o que está dando certo. Se espalho que a cadeira de Letras está com os dias contados, o comentário será imediato, não estou fugindo da realidade, penso que além da “importância do ato de ler” deveríamos tratar sobre a importância do ato inconseqüente de se comentar. Volto a minha infância e relembro as árvores do quintal do vizinho, era um pé de Piu-piu, e lá estava ele, meu balanço favorito, meu nada, do vizinho, mas como éramos tão amigo, podia dizer que era meu também, neste período, aos meus seis anos de idade, sempre pulava a cerca que dividia um quintal do outro e, sabe o que tinha nos arames farpados para não nos machucar muito? Pé de bertalha que se estendia por toda a cerca, quando não tínhamos dinheiro para comprar legumes, eis a bertalha separadora de quintal, protetora de corpos arteiros e matadora de fome, sem contar com os pés de melão-do-mato que exalavam o perfume de minha infância toda vez que abria seu pendão e via a semente, minha mãe dizia: cuidado Henrique, onde tem melão do mato, tem cobra.
Acabo de colocar na sua mente que onde tem melão do mato tem.... exatamente. Se começarmos a escrever no orkut, msn, blog, twiter e o escambal a quatro, que Letras é legal. E ao invés de falar: 'cada dia que passa Letras tende a declinar', falarmos: gente as coisas estão difíceis mas podemos reverter o quadro, Letras tem um mercado enorme com muitas oportunidades de emprego e estágio. Creio que poderemos reverter esta situação. Dizem que o homem é fruto do seu meio. Não concordo, senão, era para eu ser um bêbado e um malandrão. Hoje tenho orgulho de dizer: Freire pena que lhe conheci tarde demais. Paulo, aquiete seu espírito já nasceram outros Piaget, Frenet, Foucault na modernidade e que continuarão sua obra.
Posso dizer que o monitor é meu quadro negro, o teclado meu giz e o hd minhas pernas para propagar o saber.
Carlos Henrique Alvarenga Barcellos - Estagio I.
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