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O que significa a literatura contemporânea

Divido com os amigos, uma reflexão sobre literatura contemporânea, da disciplina Literatura Brasileira.
        
           Considerando a reflexão sobre a literatura brasileira contemporânea proposta por Karl Erik  Schollhammer, no texto “ O que significa a literatura contemporânea.” Segue comentário sobre duas tendências da produção literária atual.

Uma das tendências da literatura atual mostrada nas obras de Rubem Fonseca está em mostrar a realidade de uma forma brutalizada, desnudando e recriando a violência social entre bandidos, prostitutas, policiais corruptos e mendigos mostrando claramente a crueza humana cotidiana. Em suas criações, a idéia da ordem é desconstruída
Outra tendência da literatura atual é o uso da dimensão hibrida, surgida na década de 80, ou seja, a mistura da literatura com outras linguagens a utilização dos meios visuais, como fotografia, cinema, publicidade, vídeo e a produção da mídia em geral. Esta tendência pode ser observada no texto de Noll, “No dorso das horas”. “A ficção da década de 1980 se converte numa espécie de multimídia, ou eventual metamídia”, este período a literatura apontará para uma nova posição do sujeito onde não haverá a preocupação com o amanhã, o homem sem rumo, sem projeto e objetivo. 
Considerando a análise que o autor propõe sobre a narrativa de Rubem Fonseca, apresento uma análise dos contos “Passeio noturno I” e “Passeio noturno II”.

            O primeiro texto mostra a rotina do homem que chega do trabalho, a mulher jogando paciência na cama. E descreve de forma detalhada cada ambiente de sua casa. A descrição até o momento em que sai para pegar o carro e dar uma volta para desparecer, é relatada de forma normal, depois segue detalhando com uma frieza característica de sua nova forma de fazer literatura. O autor leva o leitor a suspeitar que estava tramando algo quando diz que na Avenida Brasil não podia ser pois tinha muito movimento. E de repente num gesto que parecia rotineiro, escolher alguém para assassina com seu carro. O detalhe dos “ossões” e o arremesso do corpo sobre o muro baixo e a conferencia para ver se havia amassado ou deixado marcas em seu carro e ao voltar para casa como se nada houvesse acontecido, despede-se de todos dando boa note para todos pois o dia seguinte  cheio de trabalho na companhia e vai dormir. Tal descrição, aponta de fato o estilo de escrita de Fonseca, a brutalização dos fatos bizarros como se fosse algo normal. Em contra partida, no texto II, vemos o lado humano e misterioso, desnudado como que se o autor quizesse mostrar, dentro de tantos cortes e recortes, luzes, ambiente de restaurante que narrado de tal forma, lembra cena de filmes. O mesmo desfecho completa uma das idéias dos estilo de Fonseca, o suspense, o inimaginável. Não é permitido que seja revelado ao autor dos atentados, levando o detalhamento de um simples  fato num verdadeiro caso policial.

A respeito do tratamento dado a categorias como espaço, narrador, enredo, e considerando a relação entre literatura e critica social, divido a comparação dos contos – “Feliz Ano Novo” e “Estranhos” de Sergio Sant’ Anna.

            Feliz ano novo passa no Rio de Janeiro, descreve um tipo de pessoas pobres, marginais marginalizados. O ambiente em que vivem , mesmo na zona sul, é apenas se fachada. Historia interessante marcada pela comemoração de fim de ano que se faz as custas de um assalto em casa de pessoas ricas. A tristeza da família rica torna-se alegria para os amigos que na voz de Pereba toma um tom de vitória do absurdo e banalização das vidas que foram tiradas, e em mais de um momento, experimentou-se, através dos tiros, pregar as pessoas na parede com o impacto do projétil. Exercícios de acerto de arma sem considerar a vida que ia se perdendo. Pereba com sua feiúra, despreza as mulheres bem arrumadas, um antagonismo social marcado pela atitude de quem sabe o que quer. O narrador personagem ora ocupa a primeira e terceira pessoa e mistura em dados momentos sua voz com a voz do leitor.  O autor traz um desfecho interessante onde os “marginais” comemoram a chegada do novo ano com a partilha do roubo. O texto é entremeado com atitudes de barbáries, tidas como normais desde masturbação a prostituição da moradora nova do edifício.
Um misto de entretenimento frio e mais ou menos planejado questionando homossexualidade, poder marginal em contrapartida ao poder financeiro. Recortes cinematográficos entremeado de linguagem de baixo calão mas apresentada entre eles como normal. Feliz ano novo retrata grande parte de bairros cariocas e como vivem de fato os moradores da periferia da grande cidade. O tempo é cronológico, que se mede pelo relógio, pela sucessão das horas.
Ambos os contos passam no Rio de Janeiro e mostram que tanto a classe miserável e  média, passam pelos mesmos problemas, amor, sexo e violência moral e urbana, cada um, vive por seu motivo diversas experiências.

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